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BRASIL AMARGA TRISTES ÍNDICES NA EDUCAÇÃO... O QUE SERÁ O QUE SERÁ...
BRASIL AMARGA TRISTES ÍNDICES NA EDUCAÇÃO... O QUE SERÁ O QUE SERÁ... * Profª Victória Bacon No último dia 10 a MAGIS (Revista Internacional em Pesquisas Educacionais) divulgou estudo polêmico que deve ser muito bem refletivo pelos agentes de educação, governantes, representantes públicos, gestores educacionais, professores, pais e principalmente os alunos da Rede Pública. O Brasil nunca teve tão abaixo nos índices que avaliam o desempenho dos estudantes da educação básica. Só para se ter uma idéia na comparação 2000-2003-2006 (modalidades leitura, compreensão matemática e ciências) o índice revelou que o Brasil foi o único país das Américas que não teve evolução, e pior, os alunos brasileiros apresentaram redução no índice comparando a países em desenvolvimento com problemas sociais, econômicos e políticos como no Brasil, como Índia, Rússia e México. Percebe-se todos os esforços do Ministério da Educação em tentar conduzir a educação de qualidade tão sonhada por Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e outros que somam uma grande lista de célebres que morreram sem ver suas teorias se tornarem realidade. O governo Lula com tantos discursos, 50 bilhões de reais de orçamento do MEC, aparato técnico e institucional do MEC já não são suficientes para resolver os problemas da educação brasileira que parecem se perder num horizonte sem fim. O MEC apela para uma campanha que está sendo exibida em todos canais de televisão aberta onde é apresentado pessoas de países desenvolvidos dizendo que lá o professor é a profissão mais importante e respeitada em idiomas diferentes (inglês, francês, alemão, finlandês, holandês). Um detalhe importante: Nestes países o professor é uma das profissões mais bem pagas e com grande destaque e mérito o que está longe mais muito longe de ocorrer no Brasil. Os cursos de licenciatura das universidades e faculdades são os de menor competitividade e com maior evasão durante o curso. O profissional do magistério no Brasil ganha em média 800 reais mensais. Segundo o estudo, apenas Peru e Indonésia pagam salários menores a seus professores no ensino primário - que equivale a 1ª à 6ª série do ensino fundamental - do que o Brasil. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624. No Peru, esse valor chega a US$ 4.752. No Brasil é de US$ 4.818. O valor no Brasil é metade do encontrado nos vizinhos Uruguai (US$ 9.842) e Argentina (US$ 9.857) e muito abaixo da média dos países desenvolvidos, onde o maior salário nesse nível de ensino foi encontrado na Suíça (US$ 33.209). Então como querer ser professor num país que está entre as 10 potências econômicas do mundo e paga-se um salário medíocre e sem contar o estresse profissional, os gestores descomprometidos e principalmente pais sem responsabilidade com a educação moral e ética de seus filhos? Qual a primazia e contato com o mundo do ensino público do Senhor Ministro Fernando Haddad? Nunca os índices da educação brasileira estiveram tão baixos. O ENEM mostrou que apenas 7% das escolas públicas têm qualidade de ensino para se competir com países em desenvolvimento e desenvolvidos. No ENADE que avalia os índices do ensino superior a situação á mais triste, apenas 5,5% dos cursos superiores brasileiros conseguiram ser aprovados pelo MEC. Enquanto o presidente LULA discursa na ONU se vangloriando dos índices econômicos que levam o país a um grau de respeitabilidade perante as nações desenvolvidas e em desenvolvimento, este mesmo governo se esquiva em tratar os dados estatísticos da educação brasileira empurrando para os próximos governos uma situação que pode isolar-nos numa triste situação de miséria intelectual, moral e institucional tudo agregado a uma educação podre sem estímulo e de fato formadora de cidadãos. Qual interesse em se ter um país com organização econômica ponderada e estável, onde 440 mil crianças ainda não sabem sequer ler e escrever e mais de 14 milhões são analfabetos em pleno século XXI. Um dado alarmante que nos 7 anos do governo Lula pouco se melhorou na educação de base embora os recursos tenham sido muito elevados. O que acontece então? TANTOS DOUTORES- No governo Lula, o número de doutores praticamente dobrou. Hoje são 16 mil doutores, contra 8,5 mil em 2003. Na área de educação são 11,2 mil o número de doutores ( educação incluindo as licenciaturas em formação acadêmica). Isto significa que a qualidade das instituições de ensino superior melhorou quanto à formação de seus professores principalmente àqueles que cursam licenciaturas. Mas se a educação vai de mau a pior com dados estatísticos e realidade nua e crua totalmente cruel na qualidade do ensino e da aprendizagem nas escolas brasileiras, então o que ocorre? Será que piso salarial, plano nacional de educação, investimentos em cursos de mestrados e doutorados são suficientes? O que falta na educação é comprometimento, planejamento e estratégias, Eu creio que o governo não quer enxergar, os gestores não querem aceitar e a sociedade não quer entender. Para educação de qualidade começar a caminhar é preciso 5 pontos fundamentais que debaterei no próximo artigo: gestão de qualidade, federalização do ensino, rendimento salarial de respeito e de merecimento, avaliação do professor e modificação do sistema de acesso a empregos e universidades por parte dos alunos. Até a próxima. * Profª Victória Bacon é Professora e Pesquisadora em Assuntos Educacionais. ...


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